Sou eu. Só! Na esperança e na inquietude de que amanhã o ser eu se torne nós. Nós. Quem? Nós e repito a palavra que me transforma de mim para o eu com... E nós soa a pouco e só fico sem ti e penso sonhando no amanhã que nasce sempre hoje e em nós fico eu com a esperança e a inquietude o que já me torna nós e no entanto cada vez mais eu. Lembro esta vontade de querer ser nós sem saber ao certo sequer o que é querer. Estranho não simples. E nós torna-se em sonho comigo vazia em mim por te sentir cheio de mim sem no entanto teres de mim uma única lembrança e lembro que encho demais a memória com o que me lembra o ontem sempre a querer o amanhã sem saber o porquê e a nascer dia após dia num hoje perpétuo que não se gasta que me gasta e me arrefece. É noite já e deito-me na esperança que amanhã seja amanhã e não hoje. Não durmo. Espero e na espera gasta-se o ser não o tempo que esse somos nós que o gastamos sem saber como e quando damos conta o nós de amanhã deixou de ser nós de ontem e mantém-se num perpétuo eu sozinha comigo neste viver que não vivo por ser só eu - e não há lógica em viver sozinha - neste perpétuo hoje que não muda com o sol ou com as horas. E só fico comigo e com a lembrança de ti.

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